quarta-feira, 22 de dezembro de 2010



Imagine nós dois,eu e você, daqui a alguns anos, morando juntos. Não precisaríamos ser namorados, nem casados, nem nada disso. Apenas amigos. E nós seriamos felizes, eu e você. Fotos de nós dois estariam espalhadas pela casa. Fotos suas no meu quarto, fotos minhas no seu quarto. Mas nós dormiríamos juntos. Pelo simples fato de eu te querer por perto, e você me querer também. Pelo simples fato do seu quarto estar bagunçado de mais e a minha cama ser perfeita para nós dois. Eu teria medo do escuro, sem você. E eu andaria apenas com roupas íntimas, e você fingiria não se importar. E eu fingiria acreditar. Eu fugiria de você, correndo pela casa, rindo, com o controle da televisão, só pra você não mudar o canal. E você me pegaria, e ficaríamos abraçados até o silêncio nos constranger. Nossos sábados a noite seriam nostálgicos, olharíamos todos tipos de filme, atiraríamos pipocas um no outro e pediríamos uma pizza. Nostálgicos e perfeitos, porque depois dormiríamos abraçados, no sofá da sala, ao som da melodia dos créditos de um filme de romance em que eu choraria do começo ao fim, e você riria de mim e comigo. Iríamos ao supermercado uma vez por mês, comprar as mais diversas porcarias. E não nos faltaria nada. Você não se importaria com as minhas roupas espalhadas pela casa e pelo seu quarto. Eu não me importaria com a sua bagunça diária, nem com a sua toalha de banho atirada pelos cantos. Nos domingos a tarde, ficaríamos na sacada do nosso apartamentinho no 3º andar, tomando chimarrão e cantando músicas velhas. Olharíamos as pessoas lá em baixo, casais apaixonados, e ficaríamos em silêncio, perdidos nos nossos próprios pensamentos. Suas amigas viriam te visitar, e eu choraria em silêncio, no escuro do meu quarto. Até elas irem embora e você ir dormir comigo, e perguntar se chorei. Eu negaria. Você acreditaria. Me acordaria no meio da noite, para contar um sonho que teve. E nós riríamos juntos. Me acordaria com café na cama, ou com uma rosa roubada do jardim da casa vizinha.  Eu deixaria um recado sutil de amor na porta da geladeira antes de sair na segunda de manhã para visitar meus pais. Poderíamos até ter um cachorro. Poderíamos, juntos, levar ele para passear. E você decidiria pintar a casa, e ela ficaria vazia, apenas com nós dois e nosso cachorro. Deitaríamos no chão, e eu perguntaria em que você estaria pensando. Você mentiria e me perguntava o mesmo. Eu mentiria. Eu iria para a universidade todo dia de manhã, enquanto você ia para seu trabalho de meio turno em uma empresa de sucesso. Você me amaria, em silêncio. Eu também te amaria, em silêncio. Em alguns anos, eu estaria me formando em letras, e você estaria no topo da carreira naquela mesma empresa. E você me levaria pra jantar e me pediria em casamento. Eu aceitaria. E seria uma linda história de amor, apenas seria.

                                                        English translation
 
 
Imagine the two of us, me and you, a few years, living together. We would not need to be lovers, not married or anything. Only friends. And we'd be happy, you and me. Photos of us were scattered throughout the house. Pictures of you in my room, pictures of me in your room. But we would sleep together. For the simple fact that I want you near, and you want me too. For the simple fact of your room be more messy and my bed is perfect for both of us. I would be afraid of the dark, without you. And I would walk only with underwear, and you pretend not to care. And I pretend to believe. I flee from you, running around the house, laughing with the control of television, just so you do not change the channel. And you catch me, and would be embraced by the silence constrain us. Our Saturday night would be nostalgic, we would look all kinds of movie popcorn atiraríamos one another and we would ask for a pizza. Nostalgic and perfect, because then we'd sleep embraced in the living room couch, the sound of the melody of the claims of a romance movie that I cry from beginning to end, and you would laugh at me and with me. We would go to the supermarket once a month, buy the most diverse shit. And do not miss anything. You do not care about my clothes all over the house and your room. I do not mind the mess night, nor with his towel thrown into the corners. On Sunday afternoons, we would be on the balcony of our small apartment on the 3rd floor, drinking mate and singing old songs. People would look down there, loving couples, and would be silent, lost in our own thoughts. Her friends come to visit you, and I cry in silence in the dark of my room. Until they go away and you go to sleep with me, and ask if I cried. I deny. Would you believe. I wake in the night, to tell a dream he had. And we'd laugh together. I wake up with breakfast in bed, or stolen a rose garden next door. I leave a subtle message of love in the refrigerator before leaving on Monday morning to visit my parents. We might even have a dog. We could, together, take it for walks. And you decide to paint the house, and she would be empty, with only two of us and our dog. Deitaríamos the floor, and I ask that you would be thinking. You lie and I wondered the same. I lied. I would go to college every morning, while you went to work half a shift at a successful company. You love me, in silence. I also would love you in silence. In some years, I'd be majoring in letters, and you'd be in the top of that same company. And you take me to dinner and ask me to marry him. I accept. And it would be a beautiful love story, just be.

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